Almada Negreiros.

Obras
Algumas de suas obras literárias
- 1915 - Frisos, Orpheu vol. 1, pp. 51–59 (prosas)
- 1915 - A Cena do Ódio (poesia) A Engomadeira (novela)
- 1915 - Manifesto Anti-Dantas e Por Extenso
- 1916 - Manifesto em apoio a 1.ª exposição de Amadeo de Souza Cardoso - Liga Naval de Lisboa
- 1916 - Litoral (poesia)
- 1916 - Mima Fataxa Sinfonia Cosmopolita (novela)
- 1916 -Saltimbancos (novela)
- 1917 - Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas do Século XX (conferência, publicada na revista Portugal Futurista)
- 1919 - Histoire du Portugal par Coeur (poema em prosa).
- 1921 - O Menino do Olhos de Gigante (poesia)
- 1921 - A Invenção do Dia Claro
Pinturas
Influenciado por:
Fernando Pessoa, Pablo Picasso e Filippo Tommaso Marinetti.
Biografia
José Sobral de Almada Negreiros foi um artista multidisciplinar português que se dedicou fundamentalmente às artes plásticas e à escrita, ocupando uma posição central na primeira geração de modernistas portugueses.
Vida
José de Almada Negreiros nasceu a 7 de abril de 1893, em S. Tomé e Príncipe, e morreu a 15 de junho de 1970, em Lisboa.
Almada Negreiros é uma figura ímpar no panorama artístico português do século XX. Apesar de nunca ter frequentado qualquer escola de ensino artístico, a sua precocidade levou-o a dedicar-se desde muito jovem ao desenho de humor. Mas a notoriedade que adquiriu no início de carreira prende-se acima de tudo com a escrita, interventiva ou literária.
Órfão desde a infância , Almada Negreiros viajou para Lisboa com sete anos para casa de uma tia materna
Frequentou os estudos primários e liceais em Lisboa, no Colégio Jesuítico de Campolide, Liceu de Coimbra e Escola Nacional de Lisboa.
Em 1915, faz sua colaboração no número 1 de Orpheu, onde publica o texto ainda incompletamente revelador Frizos (A Cena do Ódio, destinada a Orpheu 3, só viria a ser publicada em Contemporânea). Nesse ano a sua escrita interventiva tem um primeiro ponto alto. Almada reage ao acolhimento negativo à publicação da revista Orpheu, e utiliza o conhecido médico e escritor Júlio Dantas como símbolo das posições mais retrógradas. O pretexto imediato é a peça de teatro "Soror Mariana Alcoforado" de Dantas ao qual responde com "o Manifesto Anti-Dantas"
Entre 1919 e 1920, fez estudos de pintura em Paris, e trabalhava como bailarino de cabaré e empregado numa fábrica de velas, redigindo na capital francesa muitos dos textos e grafismos que viriam a ser célebres, como o "autorretrato".
Em 1917, participa no projeto Portugal Futurista, publicando nesse órgão do "Comité Futurista de Lisboa".
Viveu entre os anos de 1927 e 1932 em Espanha, onde realizou várias encomendas para particulares e públicos.
Desenvolve paralelamente uma intensa atividade artística, tendo colaborado, com grafismos e com criação literária, em várias publicações, como Diário de Lisboa, Athena, Presença, Revista Portuguesa, Cadernos de Poesia, Panorama, Atlântico, Seara Nova e tendo fundado outras, como os "Cadernos de Almada-Negreiros", onde, em 1935, no primeiro número, tenta equacionar, com o máximo de clareza, as relações entre civilização e cultura, entre arte e política, entre indivíduo e coletividade, aí vindo também a publicar um dos seus vários textos dramáticos, "SOS", que, com "Deseja-se Mulher", deveria integrar o projeto, originalmente escrito em castelhano, "Tragédia da Unidade."
Manifesto Anti-Dantas

O Manifesto Anti-Dantas e por extenso é um texto da autoria de José de Almada Negreiros, publicado em 1915 por ocasião da estreia da peça de teatro Soror Mariana Alcoforado de Júlio Dantas
Em 1915 foi publicado o segundo número da Revista Orpheu, marco inicial do Modernismo em Portugal, onde participaram nomes como Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Santa-Rita Pintor e Armando Côrtes-Rodrigues.
A sua novidade e a ousadia tanto na produção literária como pictórica, causou escândalo junto da burguesia lisboeta conservadora. Entre os muitos opositores ao movimento estava o médico e escritor Júlio Dantas, cuja crítica aos vanguardistas foi feroz. Através deste manifesto, Almada reagia publicamente, utilizando Júlio Dantas como símbolo das posições mais retrógradas.
Apreciação Critica
Confesso que não morro de paixão pelos futuristas e pelo próprio movimento futurista, ainda assim, achei o manifesto interessante, apesar que não é nada mais do que um manifesto e só. Não posso mentir que me irritaram os comentários abertamente racistas e a relação cordial que, na realidade, mantinha com o alvo do seu escárnio, Júlio Dantas.
